A baía da Babitonga
A baía da Babitonga é um complexo estuarino localizado na região norte do estado de Santa Catarina. Está inserida dentro dos limites de seis municípios: Araquari, Barra do Sul, Garuva, Itapoá, Joinville e São Francisco do Sul. Possui uma extensão territorial de aproximadamente 160km², contornada a noroeste pela Serra do Mar e a sudeste pela Ilha de São Francisco do Sul, abrigando extensos ecossistemas de manguezais, floresta ombrófila e florestas de restinga e transição.
Na baía encontra-se em operação, desde 1955, o Complexo Portuário de São Francisco do Sul, composto pelo Porto Organizado de São Francisco do Sul – SCPAR e pelo Terminal de Uso Privado (TUP) – Porto de Itapoá. Na sua retroárea encontram-se terminais como: Terlogs, Bunge e CIDASC (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina), que compõem um corredor exportador na zona primária e também o Terminal de óleo e gás da Transpetro – TEFRAN.
Sua Importância Logística
Possui uma infraestrutura logística diversificada, com conexões rodoviárias, ferroviárias e aeroviárias, que possibilitam rápido acesso à maior cidade do estado, Joinville, a apenas 40 km de distância do porto e de lá a todo o MERCOSUL. Possui conexões ferroviárias para São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, sendo um porto que se caracteriza por movimentar cargas de toda a região Sul do país, tais como soja: ferro, aço, fertilizantes, madeira e celulose (ANTAQ, 2022).
Devido a sua relevância e às atividades portuárias desenvolvidas dentro desse ambiente é fundamental a implantação de sistemas de vigilância e combate à poluição por óleo no mar, através da geração de mapas que permitam a extração de informações, a organização dos dados e sua integração em mapas de sensibilidade e simulação de cenários (MMA, 2022).
ISL – Indicador de Sensibilidade Ambiental
Assim, a sensibilidade da linha de costa (ISL) é um indicador que permite classificar e segmentar o litoral de acordo com as características morfológicas e de seus ecossistemas, da sensibilidade ambiental, da persistência natural ao derramamento de óleo e das condições de limpeza/remoção. A classificação analisa processos e atributos físicos, que determinam segmentações específicas, permitindo avaliar o comportamento do óleo derramado e do transporte dos sedimentos.
Aproximadamente 62,5% da baía está classificado com o ISL 10, correspondendo a marismas ou manguezais, com vegetação associada e alta diversidade, substrato lamoso e arenoso, com possibilidade de remoção natural extremamente lenta, o que o configura como um habitat bastante sensível, devido à elevada riqueza e valor biológico. 18% correspondem ao ISL 4, com praias de areia e cascalho, substrato moderadamente permeável, limpeza difícil e potencial de contaminação da retaguarda do cordão litorâneo. Quase 10% da baía correspondem aos ISLs 8 e 9, com costões rochosos abrigados, cobertos por algas e outros organismos e áreas de intermarés planas e abrigadas, com alta densidade de fauna.
Como visto, o planejamento e a resposta ao derramamento de óleo são ferramentas importantes na gestão de riscos e acidentes, permitindo estabelecer áreas prioritárias, o dimensionamento de equipamentos de emergência e o planejamento ambiental costeiro, sendo um componente valioso em diversos tipos de estudos ambientais.